Polícias cada vez mais confrontados com "superioridade" dos criminosos

<p>O dirigente da Associação Sindical de Profissionais de Polícias (ASPP/PSP) disse hoje, segunda-feira, que os agentes são crescentemente confrontados com "situações de alto risco" em que os criminosos estão numa condição de alguma "superioridade" quanto ao uso de armas.</p>
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Em declarações à Lusa a propósito de uma perseguição policial ocorrida hoje em Lisboa e na qual um suspeito foi mortalmente baleado pela PSP, Paulo Rodrigues disse não conhecer o caso, mas lembrou que os polícias são colocados em situações muito delicadas que os obrigam a decidir em "milésimos de segundo" se recorrem ou não a uma arma de fogo.

No entanto, referiu, os agentes sabem o resultado do seu uso e utilizam-no, salvo "raras exceções", em casos justificados para salvaguardar a sua própria vida ou de outros cidadãos.

"O que tem acontecido é que, muitas vezes, nesse aumento da criminalidade, que é mais violenta e organizada, o criminoso hoje sabe que a polícia está condicionada e não pode usar a arma como bem entende e à partida ele está sempre numa situação de alguma superioridade", afirmou.

"Contrariamente ao que acontecia no passado, em que o criminoso fugia da polícia, vemos cada vez mais os criminosos a reagir contra os polícias, é cada vez mais visível", acrescentou o responsável.

Apesar de não conhecer em concreto o incidente registado em Lisboa, Paulo Rodrigues explicou que o disparo de tiros por parte de agentes não tem necessariamente de ser justificado por disparos da parte dos fugitivos.

A decisão pode ser motivada, por exemplo, pela tentativa de atropelamento dos profissionais ou de cidadãos, pela utilização da viatura dos fugitivos como arma de arremesso ou quando os suspeitos circulem de carro em velocidades excessivas que comprometam a segurança de pessoas.

Segundo Paulo Rodrigues, o regulamento relativo ao uso de armas leccionado na formação inicial e contínua dos polícias poderia ser relembrado com maior regularidade, embora os agentes que integram serviços operacionais saibam que "não conhecer o regulamento pode colocá-los numa situação ilegal".

Paulo Rodrigues lamentou que, por vezes, as "autoridades competentes" não percebam que a decisão de recorrer a armas é feita em muito pouco tempo e sob grande pressão.

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